O primeiro contato que eu tive com o yoga foi aos 15 anos.
Por algum motivo, não lembro exatamente qual, decidi que comer carne não me
fazia bem. Talvez por que já tivesse nesta época uma ligação muito forte com os
animais e com a natureza, razão pela qual vim a escolher cursar Ciências
Biológicas. Sendo assim, fui à uma livraria procurar algum livro que mostrasse
esse mundo desconhecido da cozinha vegetariana, e nele encontrei pela primeira
vez algo que falava sobre yoga. No entanto, pelas estranhas razões da vida,
apenas dois anos depois resolvi procurar algum lugar próximo à minha casa que
oferecesse aulas de yoga.
Confesso
que não lembro como foi essa primeira experiência, mas com certeza eu devo ter
gostado pois continuei fazendo por mais seis meses. Nessa época estava vivendo
aquele despertar do vazio interior que acomete quase todos nessa idade e que
permanece pelo resto da vida para muitas pessoas. No meu caso não foi
diferente. Retornei e saí do yoga muitas vezes durante os 15 anos seguintes, nunca
me aprofundando muito na prática. Apesar desse vazio que enchia a minha vida de
insatisfação, eu estava mergulhada demais nos meus traumas, nos problemas
familiares, nos meus desejos e frustrações para enxergar um pouquinho além dos
asanas e do bem-estar momentâneos que a prática me proporcionava. Nessa mesma
época, um professor recomendou-me a leitura do livro “Autoperfeição com Hatha
Yoga”, do professor Hermógenes, que apesar de ter servido de inspiração me fez
pensar que talvez eu não estivesse preparada para tudo aquilo, e realmente não
estava; eu precisava sofrer mais um pouquinho.
Aos 30
anos, já com 15 anos de mergulho profundo na ignorância de mim mesma e no
sofrimento, descontente com trabalho, com relacionamentos, e com os mesmos
questionamentos de sempre, decidi retomar as aulas de yoga. Talvez pela idade,
pelas experiências e sofrimentos vividos, ou apenas porque era o momento,
passei a enxergar a prática de outra maneira. As posturas já não eram tão
importantes pra mim, apesar de sentir-me muito bem nas aulas. Mas tinha algo a
mais que sentia que podia encontrar no yoga, pois sempre ao final das aulas
surgia uma sensação de que todos os meus problemas estavam resolvidos, mas essa
sensação sempre durava até eu atravessar a porta da escola. Então, meu
professor na época, me chamou pra fazer a formação de professores. E lá, além
do aprofundamento na filosofia, ouvi pela primeira vez sobre vedanta. Mas ainda
não estava preparada para aquele conhecimento. O meu entendimento sobre aquilo
foi muito raso, era o que eu podia naquele momento.
Fui
fazer minha segunda formação com o Tales Nunes, por sentir que não havia
compreendido a profundidade do conhecimento que eu estava tendo acesso. Aí sim foi meu contato mais profundo com o estudo. Nesse curso tive o primeiro
despertar que me levaria a procurar o estudo de vedanta. Com o yoga fui aos
poucos descobrindo que eu não era vítima do mundo, que eu era responsável pelas
minhas ações e pela forma como sería tratada pela vida. Mas aí veio também o
primeiro grande sofrimento nessa transformação. Sabendo disso, e agora, o que
eu faço? Com muitas dúvidas, muitos questionamentos, muitos problemas pessoais,
como eu conseguiria lidar com essa nova descoberta? Foi então que encontrei o
site do Jonas e vi a oportunidade de resolver este problema.
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